Curumin – Arrocha – 2012

Curumin – Arrocha – 2012

Curumin – Arrocha – 2012

Marcos Lauro

Curumin costuma dar um intervalo de quatro a cinco anos entre seus discos solo. Entre outros trabalhos e projetos, como tocar bateria para Arnaldo Antunes e fazer seu show tocando Stevie Wonder, ele vai burilando o que pode ser o próximo ataque. Talvez por isso os resultados sejam tão coerentes. Continuar lendo

Magister – The Art of Changes – 2017

Magister - The Art of Changes - 2017

Magister – The Art of Changes – 2017

Por Mauricio Verderame

“The Art of Changes” é um dos mais espetaculares trabalhos que já foram realizados dentro do amplo rótulo “metal”. É uma gema preciosa, um álbum que merece ser descoberto por toda e qualquer pessoa que goste do estilo, sendo praticamente uma aula sobre os caminhos e influências que desembocaram no heavy metal dos anos 80 – 90. Está tudo lá: a música clássica, que Ritchie Blackmore colocou no rock e Yngwie Malmsteen abraçou, aparece no zig-zag infernal de “The Endless Path”, baseada na “Ode à Alegria” de Beethoven e tocada na velocidade máxima pelo baterista Luciano Melo, como o Accept de “Fast As a Shark”. Os duetos de guitarra do Iron Maiden e Queensrÿche aparecem em vertiginosas e inumeráveis frases construídas e executadas meticulosamente pelos guitarristas André Evaristo e Fabio Gusmão. As baladas melancólicas que o Black Sabbath fez com Dio no vocal são lembradas na música-título. “Over the Rainbow” homenageia esse vocalista mais claramente, com um refrão fácil e os registros altíssimos do vocal. As músicas longas, complexas e os riffs agressivos do Metallica se fazem presentes em diversas passagens, mas em “Cold Fever” a referência se torna explícita, incluindo um pequeno solo de baixo de André Mellado (hoje no Woslom) com wah-wah, efeito favorito do falecido baixista da banda, Cliff Burton. “Salvation Song” é um rockão rápido que se abre num final melodioso, daqueles que você grita num show até acabar a voz, como todas as bandas de arena rock fizeram algum dia nos anos 80.

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Black Alien – Abaixo de Zero: Hello Hell – 2019

Black Alien – Abaixo de Zero: Hello Hell – 2019

Black Alien – Abaixo de Zero: Hello Hell – 2019

Por Marcos Lauro

O rap é um gênero, por definição, biográfico. Mesmo que o MC crie personagens para contar suas histórias, sempre tem elementos muito pessoais por trás daquelas letras. As letras, quase sempre em primeira pessoa, colocam o MC para viver o que está sendo dito e servir de exemplo para sua audiência. Mas tem um cara que já passou por tanta coisa nessa vida que não precisa de personagem. Transparente como em suas entrevistas, Black Alien volta com Abaixo de Zero: Hello Hell narrando suas vitórias e derrotas de cara limpa.

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Kendrick Lamar – DAMN. – 2017

Kendrick Lamar – DAMN. – 2017

Kendrick Lamar – DAMN. – 2017

Por Marcos Lauro

Quando Kendrick Lamar nasceu, sua terra natal, Compton, fervilhava. Entre o final dos anos 1980 (o rapper é de 1987) e o meio dos anos 1990, a cidade californiana era o centro nervoso do rap norte-americano, especialmente o gangsta. Como qualquer periferia no mundo, Compton sofria com o abandono do Estado e a ocupação do poder paralelo organizado em gangues que protegiam bairros, mas, ao mesmo tempo, levavam muitas mortes aos jovens negros da região com suas guerras entre si. Nesse contexto, artistas nativos como N.W.A. (de onde saíram Dr. Dre, Eazy-E e Ice Cube, entre outros) e Coolio cantavam sobre a vida no crime, problemas e (poucas) soluções.

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Gilberto Gil – OK OK OK – 2018

Gilberto Gil – OK OK OK – 2018

Gilberto Gil – OK OK OK – 2018

Por Marcos Lauro

Gil andou doente e preocupou os fãs – por mais que seja o natural da vida, o ídolo causa comoção quando se encontra num mau momento. Mas OK OK OK é um atestado médico. O disco vem repleto de sentimentos, da família (a começar pela produção, de Bem Gil) e de canções cerebrais, daquelas características de Gil.

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Autoramas – Libido – 2018

Autoramas - Libido - 2018

Autoramas – Libido – 2018

Por Marcos Lauro

Os Autoramas seguem na missão de envelhecer com dignidade. Num mês que, por ter o famigerado Dia Mundial do Rock dentro da sua primeira quinzena, abriu a velha discussão do “rock morreu” – talvez tão velha quanto o próprio gênero – é Providencial que um lançamento como esse surja nos streamings da vida – e nos meios físicos também, já que o álbum também tem sua versão em vinil.

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Mano Brown – Boogie Naipe – 2016

Mano Brown – Boogie Naipe – 2016

Por Marcos Lauro (texto originalmente publicado na Billboard Brasil)

São Paulo começou a cultura dos bailes de periferia no final dos anos 1950. Como essas festas não tinham condições de contratar as grandes bandas que faziam sucesso na época, nasceu a figura do DJ – o marco é 1958, quando seu Osvaldo, o primeiro DJ do Brasil, começou a sua trajetória. Tocando num palco com as cortinas fechadas e sob o nome de Orquestra Invisível, o veterano DJ colocava a pista para dançar de uma forma mais econômica, que cabia no bolso dos organizadores.

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Sabotage – Sabotage – 2016

Sabotage – Sabotage – 2016

Por Marcos Lauro (texto originalmente publicado na Billboard Brasil)

Aquela semana de janeiro de 2003 foi intensa. Gravações na terça-feira, quarta e quinta, morte na sexta, dia 24. Um dia antes do aniversário de São Paulo, cidade-personagem da maioria das suas canções, Sabotage era assassinado aos 29 anos – apenas três nas artes.

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