Magister – The Art of Changes – 2017
Por Mauricio Verderame
“The Art of Changes” é um dos mais espetaculares trabalhos que já foram realizados dentro do amplo rótulo “metal”. É uma gema preciosa, um álbum que merece ser descoberto por toda e qualquer pessoa que goste do estilo, sendo praticamente uma aula sobre os caminhos e influências que desembocaram no heavy metal dos anos 80 – 90. Está tudo lá: a música clássica, que Ritchie Blackmore colocou no rock e Yngwie Malmsteen abraçou, aparece no zig-zag infernal de “The Endless Path”, baseada na “Ode à Alegria” de Beethoven e tocada na velocidade máxima pelo baterista Luciano Melo, como o Accept de “Fast As a Shark”. Os duetos de guitarra do Iron Maiden e Queensrÿche aparecem em vertiginosas e inumeráveis frases construídas e executadas meticulosamente pelos guitarristas André Evaristo e Fabio Gusmão. As baladas melancólicas que o Black Sabbath fez com Dio no vocal são lembradas na música-título. “Over the Rainbow” homenageia esse vocalista mais claramente, com um refrão fácil e os registros altíssimos do vocal. As músicas longas, complexas e os riffs agressivos do Metallica se fazem presentes em diversas passagens, mas em “Cold Fever” a referência se torna explícita, incluindo um pequeno solo de baixo de André Mellado (hoje no Woslom) com wah-wah, efeito favorito do falecido baixista da banda, Cliff Burton. “Salvation Song” é um rockão rápido que se abre num final melodioso, daqueles que você grita num show até acabar a voz, como todas as bandas de arena rock fizeram algum dia nos anos 80.
Continuar lendo →