Chance The Rapper – Acid Rap – 2013
Colaboração de Maurício Amendola
“Even better than I was the last time”. A frase de abertura dá o tom de Acid Rap (2013), segunda mixtape de Chance The Rapper, que sucede 10 Day, lançada um ano antes e que despertou curiosidade sobre o que o jovem iria aprontar dali em diante. Acid Rap surgiu para mostrar que ele realmente estava melhor ainda. Apesar de ser tratado como mixtape, o trabalho soa muito mais como álbum, até mesmo como álbum conceitual. Conceitual porque as composições, em conjunto, montam uma única paisagem: uma intensa viagem de – como o título anuncia – ácido. Engana-se quem acha que o negócio aqui fica na futilidade e “papinho de drogado”. Além do flow insano e as letras sagazes de Chance – com direito a gritinhos e “nanana’s” que acabaram se tornando sua marca registrada –, que vão de good vibes a paranoias e incertezas antes das pupilas sequer dilatarem, a mistura de gêneros é algo esquizofrênica e o resultado é, para dizer o mínimo, muito original. O rap é o protagonista, mas há soul e acid jazz – marcado pelo trompete de Donnie Trumpet, parceria que resultou em Surf (2015) –, gospel, com os onipresentes coros, pop, e o chamado Chicago Juke, um Ghetto House mais acelerado, o qual marca presença em “Good Ass Intro”. Aliás, a terra natal do rapper, Chicago, é bastante “homenageada” ao longo das faixas, não apenas pelas referências nas letras, mas também pelos featurings.
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