Depoimento de João Parahyba, percussionista do Trio Mocotó, a Marcos Lauro
Em 1968, 1969, a cena musical em São Paulo era fomentada pelos programas da Elis Regina e do Jair Rodrigues (O Fino da Bossa), do Roberto e Erasmo (Jovem Guarda), e o programa do Simonal (Show em Si… Monal e, depois, Vamos S’imbora), com o pop da época. E nesse era música brasileira com balanço, ali já aparecia o que seria o começo da música negra brasileira, com o funk e tal. E, claro, na época rolava o tropicalismo. O Jorge Ben navegava em todas essas áreas e nós éramos percussionistas contratados do Jogral, que era a casa noturna onde todas essas “tribos” se encontravam. Roberto era amigo do Jorge, que era amigo do Simonal, que era amigo da Elis… os jornalistas, até os críticos musicais, iam pra lá. Então era um ambiente cultural em que existia uma convivência. Todo mundo preocupado em conversar, falar sobre política… estava tudo borbulhando pós-AI-5.