Jorge Ben – Jorge Ben – 1969

Jorge Ben - 1969

Jorge Ben – 1969

Depoimento de João Parahyba, percussionista do Trio Mocotó, a Marcos Lauro

Em 1968, 1969, a cena musical em São Paulo era fomentada pelos programas da Elis Regina e do Jair Rodrigues (O Fino da Bossa), do Roberto e Erasmo (Jovem Guarda), e o programa do Simonal (Show em Si… Monal e, depois, Vamos S’imbora), com o pop da época. E nesse era música brasileira com balanço, ali já aparecia o que seria o começo da música negra brasileira, com o funk e tal. E, claro, na época rolava o tropicalismo. O Jorge Ben navegava em todas essas áreas e nós éramos percussionistas contratados do Jogral, que era a casa noturna onde todas essas “tribos” se encontravam. Roberto era amigo do Jorge, que era amigo do Simonal, que era amigo da Elis… os jornalistas, até os críticos musicais, iam pra lá. Então era um ambiente cultural em que existia uma convivência. Todo mundo preocupado em conversar, falar sobre política… estava tudo borbulhando pós-AI-5.

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Janis Joplin – I Got Dem Ol’ Kozmic Blues Again Mama! – 1969

Janis Joplin – I Got Dem Ol' Kozmic Blues Again Mama! – 1969

Janis Joplin – I Got Dem Ol’ Kozmic Blues Again Mama! – 1969

Por Marcos Lauro

O álbum de 1969 é considerado como o primeiro solo de Janis Joplin. Até então, em seus dois primeiros, ela fazia parte da formação da Big Brother and the Holding Company, uma banda lisérgica e que abusava das distorções das guitarras, além de ter um som bastante limitado. Mas I Got Dem Ol’ Kozmic Blues Again Mama!, com a Kozmic Blues Band, apresenta uma mudança significativa no som proposto por Joplin. Sai o rock, entram a soul music, o blues, o piano como um instrumento de destaque e os metais. Esse foi o último álbum de estúdio de Janis, que ainda cantou no Woodstock com essa mesma banda, veio para o Brasil no começo de 1970 para passar as férias e preparava seu álbum seguinte quando morreu aos 27 anos em 1970.

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Os Mutantes – “Mutantes” – 1969

Os Mutantes – “Mutantes” – 1969

Os Mutantes – “Mutantes” – 1969

Por Marcos Lauro

1969 foi o ano do rescaldo da Tropicália. No ano anterior, o álbum Tropicália ou Panis et Circensis foi o marco inicial de um dos movimentos culturais mais importantes do nosso país, capaz de determinar padrões, misturas inéditas de referências e ainda se tornar parte da imagem brasileira no exterior. Gilberto Gil, Caetano Veloso, Os Mutantes, Nara Leão, Gal Costa e Tom Zé, capitaneados por Rogerio Duprat, botaram todo o seu caldo cultural numa panela, mexeram bem e bolaram o disco que marcou a década de 1960 por esses trópicos.

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Led Zeppelin – Led Zeppelin – 1969

Led Zeppelin – 1969

Led Zeppelin – 1969

Por Marcos Lauro

No final dos anos 1930, o mundo foi impactado pela tragédia com o dirigível alemão LZ 129 Hindenburg. Movido a hidrogênio – tecnologia abandonada depois de diversos acidentes fatais –, o zepelim pegou fogo e matou 36 pessoas entre passageiros, equipe de bordo e equipe de solo.

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Quincy Jones – Big Band Bossa Nova – 1962

Quincy Jones – Big Band Bossa Nova – 1962

Quincy Jones – Big Band Bossa Nova – 1962

Por Marcos Lauro

“Soul Bossa Nova” é assim como seu criador, Quincy Jones: não se prende a categorias, gêneros musicais ou estilos. É possível ouvir a música desde os bailes black de samba rock de São Paulo (onde é um clássico daqueles de ouvir aplausos pela pista quando o DJ dá o play) às telas de cinema e campanhas publicitárias. Quincy disse, numa entrevista à Billboard norte-americana em 2010, que escreveu a música em 1962, em apenas 20 minutos, logo depois de voltar do Brasil, onde fez shows com Dizzy Gillespie.

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Aretha Franklin – I Never Loved A Man The Way I Love You – 1967

Aretha Franklin – I Never Loved A Man The Way I Love You – 1967

Aretha Franklin – I Never Loved A Man The Way I Love You – 1967

Por Marcos Lauro

Sabe Beyonce? Talvez ela não existiria sem a existência de Aretha Franklin. A Rainha da Soul Music pavimentou toda a estrada para que cantoras negras pudessem expor a sua voz para grandes públicos ainda nos anos 1960. Claro que outros nomes, como Etta James, também têm a sua importância. Mas o que faz Aretha ganhar é a longevidade.

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Johnny Cash – Bitter Tears: Ballads of the American Indian – 1964

Johnny Cash - Bitter Tears: Ballads of the American Indian - 1964

Bitter Tears: Ballads of the American Indian: disco de Johnny Cash de 1964

Por Marcos Lauro

Um bom disco pode nascer por engano.

Na década de 1960, Johnny Cash lançou uma série de discos chamada Americana, no estilo norte-americano que mescla country, folk e blues, basicamente. Os temas passavam por caubóis e lendas do Velho Oeste.

Mas, por algum motivo, Cash ficou sabendo que havia ancestrais da tribo Cherokee em sua árvore genealógica. Então, ele resolveu fazer um disco no mesmo estilo, mas temático: sobre os problemas indígenas do seu país.

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Diana Ross join The Temptations & The Supremes – 1968

Diana Ross join The Temptations & The Supremes, disco de 1968

Colaboração de Hyldon*

Nota do Editor: Hyldon é cantor e compositor e forma, junto com Tim Maia e Cassiano, a base da soul music e da black music brasileira. Compositor de “Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda”, “Dores do Mundo” e outras músicas de sucesso.

Em todo álbum sempre tem aquela – ou aquelas – que batem mais. Tem discos que são como um filme, têm que ser curtidos totalmente, daqueles que você fica no cinema até acabar as letrinhas. Esse disco é exatamente assim.

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The Beatles – Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band – 1967

Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band: disco dos Beatles, de 1967

Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band: disco dos Beatles, de 1967

Por Marcos Lauro

“Estamos fartos de fazer música suave para pessoas suaves e estamos fartos de tocar para eles também. Mas essa é a oportunidade de um novo começo, entende?”. Essa é a fala de John Lennon para um atônito George Martin, que não acredita muito no que está ouvindo.

Paul McCartney reforça: “Nós não podemos nos ouvir no palco com todos aqueles gritos! Nós tentamos tocar ao vivo algumas músicas do último álbum, mas há tantos overdubs complicados que não podemos fazer justiça a eles. Agora podemos gravar qualquer coisa que desejarmos. E o que nós queremos é elevar um pouco o nível, fazer o nosso melhor álbum”.

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Roberto Carlos – Roberto Carlos Em Ritmo de Aventura – 1967

Roberto Carlos Em Ritmo de Aventura

Roberto Carlos Em Ritmo de Aventura: disco de Roberto Carlos, de 1967

Por Marcos Lauro

Se Elvis Presley e os Beatles, além do estrondoso sucesso na música, já eram estrelas dos seus próprios filmes, porquê o nosso rei, Roberto Carlos, também não se aventuraria pelas telonas?

Para a sua estreia, Roberto contou com a direção do seu xará, Roberto Farias. O filme faria jus ao nome e colocaria Robertão em diversas enrascadas, todas sem dublê. Uma das cenas mais famosas é a que mostra Robertão sobrevoando a cidade do Rio de Janeiro de helicóptero – e passando, inclusive, por dentro de um túnel.

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